tag:blogger.com,1999:blog-37896094809580419562024-03-05T04:06:23.540-08:00Memoria do meu FuturoPorque sou o tempo que levo comigo. Sou amanhã o que vivo.Milhitahttp://www.blogger.com/profile/11805152686021962712noreply@blogger.comBlogger11125tag:blogger.com,1999:blog-3789609480958041956.post-6292215856333786282010-06-22T07:25:00.001-07:002016-04-26T12:44:29.150-07:00Viagem<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: 13px; line-height: 20px;"><em>“Nunca se sabe o que uma viagem pode trazer ao íntimo do coração. Como se o tempo de repente dum outro modo fluísse, ou mesmo a qualidade da sua hora mudasse, e uma coisa perdida aparecesse, uma dúvida se quebra, um amor acaba, e outro que nunca se tinha imaginado, de repente, nasce. Objectos que sempre tivemos por separados atam as pontas, imagens que bóiam nas nossas vidas sem ligação juntam-se e criam uma nova sequência com sentido. Outras vezes a clarividência da distância torna-se tão luminosa que se vê o fim do fim, e deseja-se regressar, ainda que não seja a lugar nenhum. (...) “</em></span><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: 13px; line-height: 20px;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: 13px; line-height: 20px;"><em><br />
</em></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: 13px; line-height: 20px;"><em>Lidia Jorge in "Mentalista"</em></span>Milhitahttp://www.blogger.com/profile/11805152686021962712noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3789609480958041956.post-85155561251385523362010-05-07T09:42:00.001-07:002010-05-07T09:42:23.582-07:00Silencio<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;">O livro tinha uns contornos marcados a preto, uns quadrados que o passado me relembra como se os esboçasse agora. Cheguei a fazer desenhos e a ter um quadro, desenhado de uma loucura transparente, nesse tempo. Avisou-me baixinho que o perceberia, da mesma forma, que por qualquer motivo, já o tinha visto na perspicácia de um laço que nos sustenta à distancia. </div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;">Deixei de acreditar na força da identificação, pelo lugar sombrio onde é falada, como uma orquestra banal de instrumentos renovados, pombos anunciados e vazios. Vejo-a antes no silencio decidido, no direito à vergonha e orgulho, no lamber baixinho das feridas que corroem por dentro, se saradas de brilho e mentira, são mais uma ilusão, apenas.</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;">Acredito no silencio falado, nas horas que passamos, rodeados de livros e, ambos sabemos, ambas falamos com os mesmos olhos, de um brilho individualista, conquistado, magoado e orgulhosamente não dito. Semeamos os gestos desnivelados, um esgar envergonhado pela ignorância, jogamos sinais ao vento que passa, nos parcos momentos em que nos falta força. Acredito na ajuda do silencio, distei nela o espaço entre viver e entender o que por dentro me falava há tanto tempo, acredito no tempo consolidado.</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;">As palavras fogem-me da vontade, desagarro-me. Desejo o plancton que brilha, anseio silencio por ora. Aquela cor sai-me da garganta em sopros que não palavras, nem sinais de fumo, são um respirar que não pede licença, é uma essencia qualquer, a minha alma que sente.</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;">Este livro, é como um compromisso, uma aria de orgulho, um testemunho que vale mil palavras. Li nele as viagens, os atrasos, o tempo é agora, nos olhos baços que escrevo, é a saudade gritante nos contornos da terra, é um sombra brilhante que me lembra cada sonho, e eu sonho ainda, sonharei sempre.</div>Milhitahttp://www.blogger.com/profile/11805152686021962712noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3789609480958041956.post-54771115620979095302010-03-04T03:48:00.000-08:002010-03-04T03:48:01.195-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0bqWhqCjvBS4Bg_QIQYJq5he8CPw1RoJhGFNGlH-xEINMRLnyFo-CdUN3QIHd5cisml1j1huyhGFCPugX2y_sWJCiBwue5qDHVZnVdoKfLFcLucYZ92D7PLw15m8_8DwfdMaUQq2T7-pK/s1600-h/25225_373992305864_79452815864_5220421_4840471_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0bqWhqCjvBS4Bg_QIQYJq5he8CPw1RoJhGFNGlH-xEINMRLnyFo-CdUN3QIHd5cisml1j1huyhGFCPugX2y_sWJCiBwue5qDHVZnVdoKfLFcLucYZ92D7PLw15m8_8DwfdMaUQq2T7-pK/s320/25225_373992305864_79452815864_5220421_4840471_n.jpg" /></a></div><br />
"É no encerrar-se deste modo, no sentir-se viver essa vida de ideal, de pureza, de renúncia, no contemplar cada vez mais alto e mais brilhante o fogo que nos animou nos anos de aprendizagem, que reside precisamente a felicidade; não se trata de uma realização, mas de uma perpétua virtualidade, não de uma chegada, mas de uma carreira eterna; era parente de Stendhal aquele que escreveu querer antes o problema do que a verdade; ao passo que as almas vulgares têm a felicidade como uma tela pintada e só o representado difere para cada uma, a alma enérgica considera-a uma tela em branco que fosse consciente da sua possibilidade de mil paisagens."<br />
<br />
Agostinho da SilvaMilhitahttp://www.blogger.com/profile/11805152686021962712noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-3789609480958041956.post-62640505887079055622010-02-26T06:41:00.001-08:002010-02-26T06:41:38.515-08:00you fade to light<object width="400" height="225"><param name="allowfullscreen" value="true" /><param name="allowscriptaccess" value="always" /><param name="movie" value="http://vimeo.com/moogaloop.swf?clip_id=6315769&server=vimeo.com&show_title=1&show_byline=1&show_portrait=0&color=&fullscreen=1" /><embed src="http://vimeo.com/moogaloop.swf?clip_id=6315769&server=vimeo.com&show_title=1&show_byline=1&show_portrait=0&color=&fullscreen=1" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" allowscriptaccess="always" width="400" height="225"></embed></object><p><a href="http://vimeo.com/6315769">You Fade To Light, rAndom International for Philips Lumiblade</a> from <a href="http://vimeo.com/randomvids">rAndom International</a> on <a href="http://vimeo.com">Vimeo</a>.</p>Milhitahttp://www.blogger.com/profile/11805152686021962712noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3789609480958041956.post-25964196400194629882010-02-20T14:34:00.000-08:002010-02-20T14:34:43.654-08:00サンドラ<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3VJoK6khx9E2cxKhyzab60etZJ0OZZoEgivBWaaHpi8t0pxiGS_lw4yqgneGgshUjYhtsPLPB9A3FM-9a-KFcmtKVm4xYWX39K5K5oaxOKYkWW_CuuB7a4uoe0Ok9WBQ8VlKanQDweq7C/s1600-h/04102009(030).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3VJoK6khx9E2cxKhyzab60etZJ0OZZoEgivBWaaHpi8t0pxiGS_lw4yqgneGgshUjYhtsPLPB9A3FM-9a-KFcmtKVm4xYWX39K5K5oaxOKYkWW_CuuB7a4uoe0Ok9WBQ8VlKanQDweq7C/s320/04102009(030).jpg" /></a></div>Milhitahttp://www.blogger.com/profile/11805152686021962712noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3789609480958041956.post-46134497171593205192010-02-09T12:56:00.001-08:002010-02-09T12:56:25.822-08:00<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Destruo, </div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">na demência de um alcance tremendo.</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Destruo-me, apenas.</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Menos o que por dentro</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">me existe.</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Obra vergonhosa a minha</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Vulgar diria</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Sou vilã, puta fina</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Antes ladra e concubina</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Carapaça somente</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">de alma demente e perdida.</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Amiga não</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Sou traição e mentira</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Sou morte sem vida</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Sou mãe sem saber</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Gerei mar gélido</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">maré vazia</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Fui má, mais que rainha</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Sou afinal poeira seca</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Içada por força de um passo</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Nem fui ontem nem agora</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Fui maré negra que passa</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Fui face cortada</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">face oculta</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Fui a versão de culpa</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Fui corpo somente</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Fui vista, visitada</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Ouvida de nada</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">que palavras fizeram colheita</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">da mentira calculada</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Sou fantoche</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Fui palhaça</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Carapaça infundada</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">não sou mais que vaca de estrada</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">com rosto de mulher vaga.</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Sou o que resta afinal</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Restolho de desventura</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Cinza clara, nova lua</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Sou o veneno que cura</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Cobra arisca, </div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">gargalhada</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">verme de albergue na estrada</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">ao som de qualquer vento que passe.</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Sou mentira</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Nada mais que isso</div>Milhitahttp://www.blogger.com/profile/11805152686021962712noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3789609480958041956.post-59448710455072764462010-02-09T04:48:00.000-08:002010-02-09T04:48:43.943-08:00<div style="text-align: justify;">As palavras, esgotei-as de sentido, alucinada e à beira de um abismo que mal me cega, dou comigo em silencio repleto de uma loucura ainda mais estranha.</div><div><div style="text-align: justify;">Ficam a meio pensamentos, fica talhada razão, como se um tambor ribombasse no meu peito, devorador de orquestras de palavras que me invadiram por dentro. A minha necessidade de escrever é como a amarra que seguro nas mãos. Tremem-me as mãos, treme-me a voz, a minha mente não me conhece, e eu conheço cada veneno que bebo, um atrás do outro, consciente, demente.</div><div style="text-align: justify;">Foi tudo, eu acho que foi tudo, há 8 anos, eu estava sentada numa sala qualquer e tentava encontrar em mim, pontos cardeais de referencia, procurava a minha essência, que sabia que tinha, hoje, da minha boca sairam duas palavras apenas, pensadas, temidas, </div><div style="text-align: justify;">Acordei e quis voltar a dormir, pensei e pedi à minha mente que me deixasse estar. E estas palavras que escrevo, saem em silabas, e eu nunca pensei chegar aqui.</div><div style="text-align: justify;">Se pintasse uma imagem agora, seria somente de um vulto vulgar, numa madrugada qualquer, num areal deserto de gente, juntando destroços sublimes e pertences poucos, seria um contorno ténue de tudo o que construi e destrui, seria um rasgo de dentro e uma desordem tremenda.</div><div style="text-align: justify;">Não me julguei capaz de chegar aqui.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial; font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 13px;"><br />
</span></span></div>Milhitahttp://www.blogger.com/profile/11805152686021962712noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3789609480958041956.post-83461901499098662962010-02-08T15:01:00.000-08:002010-02-08T15:01:08.845-08:00Existes porque te sinto há muito, és a extensão que não me foi permitida mas que tem vida, cá dentro, é contigo que falo nas noites mais minhas, é a ti que embalo despida, é contigo que danço todos os dias e é o teu afago que sinto, que choro, que me dá força, de esperança, de um dia, um dia, nos vermos, nos tocarmos e eu dar-te tudo o que guardo, de ti, de mim, de nós duas.<br />
Camila, é assim que te chamas, és loura, morena, de nariz empinado, olhos grandes, és linda, serás sempre, de mãos pequeninas como eu tenho, mãos sujas de tocar em tudo, e perguntas, sede de entender como eu tive no primeiro dia em que tudo era grande e pequeno e demasiadamente estranho.<br />
Hoje, sentei-me num pedaço de serra, onde já te levei, chorei como não sabia ser ainda capaz, chorei por mim, pelos meus pecados, por uma dor que é demais, obra minha, por cada pedaço de mim, gemer agora. Demencia que construi numa encruzilhada louca entre sentido e razão.<br />
Sabes, das minha mãos, já não me lembrava que saisse tanta destruição<br />
Mas estou ferida por dentro, sinto-me suja e louca, sinto-me tão longe de mim, tão rouca, tão louca... Já não louca do riso, louca de uma dor que me sufoca, que me desfigura e reveste de vestes negras e porcas, de droga.<br />
E num segundo gritei por dentro, ajuda, abracei-te com toda a força, com o amor que tenho cá dentro, pedi a quem fosse que me olhasse, ajuda, que não lembro, não me lembro nem do que sou nem do que me move, a minha mente ribomba do efeito de uma noite desperta, sem palavras que a descrevam, escura , de uma claridade que ofusca, de uma demencia desperta, de amar sem perdão.<br />
Choro a destruição, choro as cinzas, choro tudo o que tenho e não conheço agora.Milhitahttp://www.blogger.com/profile/11805152686021962712noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3789609480958041956.post-720007900790292992010-02-08T11:26:00.000-08:002010-02-08T11:26:53.126-08:00Escrever é deixar-me, nos delirios que a minha ordem me tira e nas certezas que o caos me oferenda.<br />
Transporto-me para aqui, por fuga, por invasão, pela voz rouca que me corta e que eu não quero, nunca, nunca.<br />
Faço-o por mim, por todas as coisas, porque em algum sitio depositei semente de vida.<br />
Faço-o assim, meia louca.<br />
Escrevo a minha historia, começo agora.Milhitahttp://www.blogger.com/profile/11805152686021962712noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3789609480958041956.post-20184161449798179702010-02-08T11:19:00.000-08:002010-02-08T11:19:34.976-08:00<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial; font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 13px;"><div class="MsoNormal" style="line-height: 14.4pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 24.0pt;"><span style="color: black; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 10.5pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">A história nega as coisas certas. Há períodos de ordem em que tudo é vil e períodos de desordem em que tudo é alto. As decadências são férteis em virilidade mental; as épocas de força em fraqueza do espírito. Tudo se mistura e se cruza, e não há verdade senão no supô-la.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 14.4pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 24.0pt;"><span style="color: black; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 10.5pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Tantos nobres ideais caídos entre o estrume, tantas ânsias verdadeiras extraviadas entre o enxurro!<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 14.4pt; text-indent: 24.0pt;"><span style="color: black; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 10.5pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Para mim são iguais, deuses ou homens, na confusão prolixa do destino incerto. Desfilam-me, neste quarto andar incógnito, em sucessões de sonhos, e não são mais para mim do que foram para os que acreditaram neles. Manipansos dos negros de olhos incertos e espantados, deuses-bichos dos selvagens de sertões emaranhados, símbolos figurados de egípcios, claras divindades gregas, hirtos deuses romanos, Mitra senhor do Sol e da emoção, Jesus senhor da consequência e da caridade, critérios vários do mesmo Cristo, santos novos deuses das novas vilas, todos desfilam, todos, na marcha fúnebre (romaria ou enterro) do erro e da ilusão. Marcham todos, e atrás deles marcham, sombras vazias, os sonhos que, por serem sombras no chão, os piores sonhadores julgam que estão assentes sobre a terra — pobres conceitos sem alma nem figura, Liberdade, Humanidade, Felicidade, o Futuro Melhor, a Ciência Social, e arrastam-se na solidão da treva como folhas movidas um pouco para a frente por uma cauda de manto régio que houvesse sido roubado por mendigos.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 14.4pt; text-indent: 24.0pt;"><span style="color: black; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 10.5pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 14.4pt; text-indent: 24.0pt;"><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 10.5pt;"><b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 8.5pt; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="color: #274e13;">Livro do Desassossego por Bernardo Soares. Vol.II</span></span></b><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 8.5pt; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="color: #274e13;">. Fernando Pessoa. </span></span></span></div></span></span>Milhitahttp://www.blogger.com/profile/11805152686021962712noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3789609480958041956.post-61531958809628590012010-02-06T17:27:00.000-08:002010-02-06T17:27:03.835-08:001Novinho...<br />
Porque tenho uma ideia, porque me assaltam pensamentos coloridos e decadentes...<br />
Porque trago comigo o peso e a leveza do meu caminho<br />
Porque escrever é deixar-me na escrita que os meus dedos desenham.<br />
Porque tenho um sonho<br />
Por mais aindaMilhitahttp://www.blogger.com/profile/11805152686021962712noreply@blogger.com0